pra começar, preciso dizer: não sou lá muito boa da cabeça. Até porque não é todo dia que você larga um curso, sua família e vai se aventurar no sudeste do país. Sim, eu fiz isso, MAS juro que foi por um bom motivo: autodescoberta. Parece papo de herdeiro querendo pagar de “cool”, mas foi mais ou menos isso mesmo. Vim sem nada e descobri muitas coisas sobre mim. Uma delas é que eu realmente não sirvo para o frio do Vale do Ribeira, que, diga-se de passagem, não é pouca coisa (tem uma explicação científica, mas não vou chateá-los com essas nerdices). Outra descoberta é que eu realmente não seria uma boa professora de Biologia. Ah, esqueci de dizer: o curso que deixei era Biologia.
amizades, preciso confessar: foram 4 anos em que eu sempre me perguntava no que tinha me metido. Nunca foi meu sonho cursar Biologia, mas como tenho um pé em desistir de coisas, decidi levar até o fim. Mas olha que engraçado: acabei desistindo! KKKKKKKKKKK
entre desistências e autodescobertas, passei a procurar algo que realmente me fizesse sentir vontade de viver de fato. Queria estudar algo que nunca me deixasse estagnar, pois não era meu sonho passar em um concurso e viver a vida toda no mesmo cargo (com todo respeito a quem sonha com isso). Então comecei a ler mais sobre programação e sobre o mercado de TI. Fiz alguns cursos só pra testar se seria minha praia — e não é que era mesmo?
decidi que esse seria meu caminho. Pela primeira vez, era uma escolha vinda do meu eu mais íntimo, e eu iria segui-la até o fim. Pesquisei o processo de ingresso na FATEC da minha cidade, peguei provas de anos anteriores e comecei a estudá-las enquanto trabalhava. Eu vivia e respirava por essa prova.
mas aí vem o plot twist: lembra das provas que estudei? A banca havia mudado. Nunca uma estrelinha morreu tão rápido. Decidi esquecer isso e focar no conteúdo e em fazer a melhor redação possível. Saí sendo, como sempre, uma das últimas. No meu íntimo, já sabia que aquela vaga era minha, mas quando saiu a lista de classificados, meu nome não estava lá…
fingi que não tava nem aí, mas ficava todo dia atualizando a página. Uma semana depois, meu nome apareceu na repescagem. Sim, minha nota não foi a melhor, mas acabei na mesma sala com quem ficou em primeiro. E isso mudaria todo meu futuro, porque agora essa vaga era a confirmação de que eu estava no caminho certo — se não fosse para mim, não teria passado.
meu pouco contato com códigos e afins foi há alguns milênios, no finado Tumblr (aliás, sem bullying, viu? Já fui chamada de dinossauro por citar isso #carinhadechoro). Já deu pra perceber que fui na cara e na coragem, né? Não foi — e não está sendo — fácil. Todo dia tem algo novo que eu não entendo, MAS me recuso a não entender. Por isso, estudo e aplico o que aprendo, dentro e fora da sala.
agora estou no 2° semestre. Sou um girino ainda nesse mundo tech, mas um dia quero ser grande — grande o suficiente para olhar pra trás e pensar que valeu a pena.
dito tudo isso, peço paciência: ainda estou caminhando. Caso queiram, sintam-se à vontade para puxar uma cadeira, tomar um café (ou chá, sem julgamentos) e aproveitar minha jornada de aprendizado.